A pesquisa fundamenta-se em um trabalho historiográfico que se volta aos impasses e desafios das práticas cotidianas de governo implementadas pelos CAPS (Centros de Atenção Psicossocial) na cidade e no estado do Rio de Janeiro, consistindo num estudo referente ao campo de Saúde Mental. Os CAPS, implementados em 1996 enquanto dispositivo angular de transição da Reforma Psiquiátrica brasileira, visam substituir progressivamente as formas asilares com suas práticas de internação por uma instituição de atenção psicossocial de portas abertas mais condizente com as propostas reformistas.

Nosso interesse é analisar quais mudanças ocorreram nas práticas cotidianas dentro desses espaços de serviço e as novas formas de governo e condução de conduta dos usuários. O objetivo é compor uma narrativa histórica não mais pautada em grandes personagens, mas sim, considerando uma série de dispositivos cotidianos como prontuários, atas de reuniões e relatórios. Como ferramentas conceituais para pensarmos o CAPS utilizaremos o conceito de governamentalidade proposto por Foucault, retrabalhado por Nikolas Rose, e acompanharemos as discussões propostas por autores brasileiros importantes na Reforma Psiquiátrica. O trabalho de campo —atualmente suspenso devido à pandemia— consiste na ida semanal a um dos CAPS já vinculados à pesquisa (CAPS Rubens Correa em Irajá ou CAPS Clarice Lispector em Engenho de Dentro), para a realização da análise dos prontuários e coleta do material pertinente. Assim, damos preferência a casos de usuários mais antigos que passaram, juntamente com o campo de saúde mental, pela transição do modo asilar de enclausuramento ao modo de gestão pela autonomia proposto pelo CAPS. Nas supervisões ocorrem as discussões dos casos coletados e, alternadamente, a discussão de textos sobre temas que consideramos relevantes para o trabalho historiográfico em questão.

Observação: A pesquisa está atrelada a um projeto de extensão que atualmente se foca em dialogar com funcionários do Caps. O aluno interessado em participar do projeto de extensão deverá manifestar seu interesse durante a entrevista de seleção para a pesquisa.

 

INFORMAÇÕES SOBRE A SELEÇÃO

Prazo para o envio de respostas: terça (08/12) até às 23:59

Dia da entrevista: 09/12 (horário será combinado posteriormente)

Número de vagas: 3 ou mais.

Prof responsável: Arthur Arruda Leal Ferreira

Requisitos: ter sido aprovado na disciplina História da Psicologia

Horário básico do estágio (Supervisão semanal via Skype):
Quarta-feira, das 16:30 à 18:30 ou Sexta-feira, das 16h30 às 19h30 (horário definitivo será informado em breve, mas a preferência é para quarta-feira)

No caso da extensão (Encontro quinzenal via Skype):
Quarta-feiras, das 18h30 às 20h

 

TEXTOS PARA A SELEÇÃO:

Os textos referentes encontram-se neste link:

https://drive.google.com/folderview?id=1dC6KaKPv1SYRBAIT5jUZ-EG6vrZYhDp8

Diante dos textos indicados, responda às perguntas a seguir, tendo no máximo 4 laudas de resposta, e envie-as para os e-mails: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo., Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. e Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. até o prazo indicado acima (08/12).

 

1 - Levando em consideração os textos indicados e o conceito de governamentalidade, como você entende a proposta da pesquisa na contribuição de um debate histórico acerca da Reforma Psiquiátrica?


2 - Que outras sugestões você poderia oferecer à nossa pesquisa?


3 - Considerando sua trajetória de vida (universitária, escolar, etc), quais são as suas expectativas em relação à pesquisa e à sua participação na equipe?

 

À disposição para eventuais dúvidas.