Supervisora: Karla Valviesse (DPA/UFRJ)
Pré-requisitos: Cursar a partir do 5º período de psicologia e ter o horário de supervisão inteiramente disponível.
Referencial teórico: Análise Institucional Francesa
Carga horária semanal: 20 horas
Supervisão: Terça-feira das 12h às 16h (online).
Todos os atendimentos também estão ocorrendo de forma remota.
Seleção:
Dia: 30/03 (terça-feira)
Horário: 12h
Solicitamos aos candidatos que enviem um texto para Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. até dia 27/03, com suas aspirações e atravessamentos a partir do trecho disparador de questões abaixo:
“No contemporâneo, experimentamos a bifurcação produtora da novidade já que nele nos defrontamos com o horizonte do inantecipável, com a abertura para o que ainda não somos. É nele que estamos em via de nos diferir, pois aqui o tempo comporta, numa mesma espessura, o passado e o futuro. Esse é o paradoxo do tempo que, no presente, não pára de passar, sendo a um só tempo o que foi e o que será. Nesse sentido, o contemporâneo guarda essa relação complexa com a história, dela se distinguindo, intempestivamente (Nietzsche, 1988/1874) – e quebrando todas as cadeias causais que conferem importância ao passado (fascínio pelas origens, explicações deterministas), mas sobre ela retornando produzindo diferença, fazendo-a desviar de si. De fato, na experiência do contemporâneo, não podemos e não reivindicamos o livrar-se da história, supondo o seu fim. Diferentemente, buscamos na história aquela força propulsora que nos permite dela desviar.
Daí sua relação com a clínica. Clínica enquanto experiência de desvio, do clinamen que faz bifurcar um percurso de vida na criação de novos territórios existenciais. O sentido da clínica, para nós, não se reduz a esse movimento do inclinar-se sobre o leito do doente, como se poderia supor a partir do sentido etimológico da palavra derivada do grego klinikos (“que concerne ao leito”; de klíne, “leito, repouso”; de klíno “inclinar, dobrar”). Mais do que essa atitude de acolhimento de quem demanda tratamento, entendemos o ato clínico como a produção de um desvio (clinamen), na acepção que dá a essa palavra a filosofia atomista de Epicuro (1965). Esse conceito da filosofia grega designa o desvio que permite aos átomos, ao caírem no vazio em virtude de seu peso e de sua velocidade, se chocarem articulando-se na composição das coisas. Essa cosmogonia epicurista atribui a esses pequenos movimentos de desvio a potência de geração do mundo. É na afirmação desse desvio, do clinamen, portanto, que a clínica se faz.” (RAUTER, Cristina).